terça-feira, 16 de junho de 2009

um in-adeus?

no apartamento, terceiro andar,
quebro a vidraça e grito,
grito quando o carro passa
sem vestir a máscara da verdade
se beija
mas não se ama.
será que é tão difícil nascer o amor
por detrás desses teus olhos?

olha pra mim,
eu mal consigo te tocar,
mas ainda assim me deixa tentar
salvar mais esse sorriso,
mais essa troca de ares,
mais um beijo inadiável
entre você e eu.

pode colocar a mão no meu ombro,
eu estou de joelhos para te ouvir,
pois meus navios já não olham pro cais há muito anos,
vamos tentar, vamos mudar nossos corações para sempre
assim como a pradaria ama as raposas que ali descansam,
e assim como seu corpo descansa em cima do meu.

eu sou feita de você.

um cigarro após o outro,
a brisa que entra atropelando
pela janela impossível de se fechar
seu convite ao meu olhar
o segundo de fugir de si
já se passam meses.

uma mala,
uma estação,
esquece esse velho par
de lembranças riscadas
as fronteiras de você e eu.

foi hoje
e ainda assim eu me lembraria
como fosse
hoje.

eu,
você,
nós dois,
o beijo,
a cama
a chama compartilhada
a calma
desesperada.

dos meus sonhos
tuas saudades.

terça-feira, 2 de junho de 2009

n(amor)o.

Primeiro de junho de 2008, eu estava indo p'ro villa lobos brava com você, debaixo de uma garoa irritante, com o cabelo feio, de boné verde neon, e com uma capa de chuva vagabunda. Você se deu bem com o besta do Danilo, e derramou vinho na blusa da Pri, e nem conhecia a cantora que estava se apresentando.
Sempre achei junho o mês mais insuportável do ano, por que nunca soou bem.
Sempre acheu fútil casais viverem de datas comemorativas.
Mas me lembro que sentamos n'um banco molhado, e que eu dizia 'droga, você estragou tudo' e você 'estraguei o quê?' 'o meu sim'. Ai eu disse sim, e fiquei sem graça, porque eu era uma cavala anti-sentimetal, e todos os anti-algumacoisaromântica. E te beijar era difícil por causa do boné verde neon que batia na sua testa.